Em 03 de setembro de
2013 comecei uma postagem com a seguinte frase:
Ônibus ou automóvel? Da maneira como muitas autoridades
colocam o problema da dificuldade para se locomover em grandes centros urbanos
parece que essa é a luta do século. Na verdade não é. Entre ônibus e automóvel
a resposta correta é: os dois, além de outras modalidades de transporte.
Hoje, dia 10 de
outubro de 2013 o jornal O Estado de São Paulo publica um editorial com o
título desta postagem. Abaixo comparo trechos dos dois, em vermelho o Editorial
do Estadão e em azul frases da postagem do dia 03/09:
Quais seriam as consequências imediatas? (a)
Pelo menos em São Paulo, sobrecarregar o transporte público, que hoje opera no
limite de sua capacidade com vários milhões de passageiros adicionais por dia.
E a frota adicional necessária? E a ampliação da área de cobertura geográfica?
(b) Se ocorresse aumento da frota e cobertura, aumentaria o déficit operacional
do transporte público municipal e estadual em vários bilhões de reais por ano,
que seriam cobertos por subsídios públicos; menos recursos para saúde,
educação, segurança e tudo o mais que governos devem retornar aos munícipes.
Sim, porque num sistema (o de ônibus de São Paulo) em que a prefeitura tira de seu
orçamento R$ 0,719 para cada R$ 3,00 vindos dos usuários, apenas 1.000
passageiros a mais por dia implicam na necessidade R$ 719,00 em subsídio por
dia, ou R$ 262.435,00 por ano. Quem pagaria a conta dos milhões a mais? O
contribuinte, indistintamente, pobres e ricos (pesando mais sobre os pobres),
usuários ou não de transportes coletivos.
Ela deve melhorar a arrecadação da
Prefeitura com o aumento das multas de trânsito e, assim, ajudar a pagar os
subsídios às empresas de ônibus, que, com o congelamento da tarifa, devem
atingir no próximo ano a impressionante quantia de R$ 1,65 bilhão [em 2013] ... Essa má
vontade com o transporte individual prejudica a cidade. Não se discute a
necessidade de dar prioridade ao transporte público e, no caso dos ônibus, de
aumentar sua velocidade... No lugar de implantar, sem planejamento e a toque de
caixa, as faixas exclusivas que servirão de cenários para os próximos programas
eleitorais do PT na campanha para o governo do Estado, Haddad e Tatto deveriam
adotar um plano capaz de harmonizar a utilização de carros com o transporte
público, de acordo com as necessidades das várias regiões da cidade.
Os finais:
É preciso, em suma, mais planejamento e
menos demagogia.
Tem. Mais competência e menos populismo por
parte dos políticos e administradores públicos.
Pensando bem, esperar por isso no Brasil, hum...
É, é bem possível que não haja solução.
Não sou dono da verdade, mas bom senso e caldo de galinha não
fazem mal a ninguém. A série de postagens que coloquei sobre o assunto (com pequena amostra acima) demonstram a meu ver o abismo existente entre o pensamento técnico e isento e as atitudes políticas irresponsáveis que flagelam o Brasil.
10 de outubro de 2013