Esta é a segunda postagem do blog cuja temática denominei “Eu faço o trânsito civilizado”. Para efeitos de classificação o tema genérico deve ser “transporte e segurança”.
Na primeira postagem descrevi experiência pessoal recente, quando testemunhei o estúpido atropelamento de um pedestre atravessando faixa de segurança com sinal verde a seu favor. Terminei o primeiro artigo citando Albert Einstein: INSANIDADE É ESPERAR POR RESULTADOS DIFERENTES AGINDO DO MESMO MODO TODOS OS DIAS. Dirijo há quase cinqüenta anos e afirmo sem um mínimo de dúvidas pessoais que nesse meio século pouca coisa evoluiu na cultura brasileira em relação ao “sistema trânsito”. A palavra cultura na frase anterior não está grifada por acaso. “Cultura” ou “culturas” no âmbito de civilizações ou países (e mesmo em outros ambientes) não se alteram com facilidade, pelo menos jamais me defrontei com teses de antropólogos ou sociólogos tentando provar o contrário. Todavia, difícil não significa impossível.
Acreditando em Einstein, se os RESULTADOS do sistema trânsito no Brasil pouco ou nada mudaram em meio século isso significa que nesse período, como sociedade, temos agido todos os dias essencialmente do mesmo modo. Se alguém alardear que os resultados têm mudado em função do muito que tem sido feito ou é insano ou é político. Evidências dessa realidade, muitas, serão apresentadas em postagens futuras.
Mas afinal, que RESULTADOS são esses? Refiro-me evidentemente aos resultados possíveis e previsíveis de um trânsito realmente civilizado: ordem e não caos, respeito pela vida e pelas pessoas, índices sempre decrescentes de acidentes, mortos e feridos, competência das autoridades, continuas evoluções institucionais e muitos outros. Os RESULTADOS do Brasil são bons? Tenho visto muita gente orgulhosa pelo fato de o Brasil ser considerado atualmente a oitava economia do mundo. Mas, se houvesse um índice mundial, neutro e preciso, de avaliação do “grau de civilidade no trânsito” que posição ocuparíamos? Oitava? Nem sonhando.
Vou terminar com um exemplo real. Até o início da década de sessenta o trânsito no Japão era tão ao mais caótico que o brasileiro de hoje. Em meados da década de setenta já era um dos mais, senão o mais disciplinado do mundo! O Japão (não me refiro ainda a quem ou como) decidiu num certo momento agir de modo diferente E OBTEVE RESULTADOS DIFERENTES. Melhores. Difícil não significa impossível.
Escrito por Paulo R. Lozano às 20:25 do dia 25/05/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário