quinta-feira, 26 de maio de 2011

A ONU E A SEGURANÇA NO TRÂNSITO


Antes de prosseguir com nossas análises, convém lembrar que recentemente a ONU, através de seu braço World Health Organization – WHO – (Organização Mundial da Saúde) lançou recentemente um “Plano Global” para fazer dos anos 2011 – 2020 a Década de Ação para a Segurança nas Vias (tradução livre de Global Plan for the Decade of Action for Road Safety 2011-2020). A história não está descrita completamente no plano, mas os estudos que levaram a ele se iniciaram com a formação do comitê “The United Nations Road Safety Collaboration (UNRSC) em 2004. Isso porque, em 2004 a OMS e o Banco Mundial haviam publicado os resultados de uma pesquisa global que os dois organismos promoveram (primeiro caso de estudo conjunto executado por eles) sobre o “status” da (in)segurança no trânsito ao redor do mundo. Como podemos adivinhar, esses resultados eram catastróficos, em valores materiais e principalmente em sofrimento humano. A WHO passou a considerar desde então a questão dos mortos e feridos no trânsito um sério problema de saúde pública, comparável às doenças graves, e classificou-a como pandemia.   
O estudo de 2004 não se limitava, porém, a indicar simplesmente estatísticas de mortos e feridos como normalmente ocorre em levantamentos desse tipo, apontava adicionalmente um amplo conjunto de ações concretas que poderiam/deveriam ser implementados em todos os países a fim de mitigar o problema. E previa o que ocorreria nos próximos anos com a evolução da motorização no mundo, principalmente nos países em desenvolvimento, se nada de diferente fosse feito.
Pergunto-me porque a ONU demorou mais de seis anos entre a divulgação do estudo WHO-WB e a proposição atual do Global Plan. Nesse intervalo as propostas do estudo anterior ficaram esquecidas. Há pontos positivos no Global Plan, é claro, mas tenho sérias restrições a algum conteúdo desse plano o qual, aprovado e liberado por uma instituição eminentemente política como a ONU pareceu-me ser político demais. Mais comentários no futuro.
A razão dessa inserção aparentemente desconectada com o que já postei é simples: devemos trabalhar para civilizar o trânsito no Brasil com ou sem compromissos com metas internacionais. E começar já; estamos um século atrasados.

Escrito por Paulo R. Lozano às 18:00 do dia 26/05/2011

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