Há um mês não
coloco postagens. Em tempos de protestos parece que estamos num novo mundo.
Nada similar à revolução francesa, mas o país parece estar diferente. Será que
está mesmo?
A visita do
Papa desviou um pouco a atenção das pessoas para valores mais elevados, porém, assim
que ele decolou de volta a Roma percebi que continuamos na mesma, vivendo “no
melhor dos brasis possíveis” como diria Pangloss a Cândido ou para a menina Cunegundes.
A sátira de Voltaire ao otimismo pelo otimismo se aplica como uma luva aos
problemas do trânsito brasileiro (e a outros problemas); as coisas não vão se consertar
por si.
Nesse meio
tempo, na edição de 7 de agosto de 2013, a revista Veja publicou reportagem de
capa com o título: “Pesquisa exclusiva – ASSASSINOS AO VOLANTE – Novas
estatísticas mostram que a violência no trânsito é a segunda maior causa de
morte no país [na verdade de mortes
violentas], à frente até de homicídios, um efeito do desrespeito às leis e
da má qualidade dos motoristas”.
Foi ótimo ver
um órgão da expressão de Veja entrar nesse tema, ainda mais num momento como o
atual, embora eu não concorde com parte do diagnóstico da manchete. Por outro
lado, alguém que tenha lido minhas postagens não ficaria nem um pouco surpreso
com o conteúdo da reportagem. De fato não há nada de exclusivo nela, quase tudo
está aqui, em postagens anteriores.
Tudo isso é
muito bonito – diria Cândido – mas o que é preciso é cultivar nosso jardim.
Todavia, como cultivar um belo jardim? É o que procurei mostrar ao longo dessas
postagens, mediante análises, diagnósticos e propondo soluções, as quais
dificilmente virão tão cedo. Mesmo assim, é preciso continuar cultivando o
jardim.
Por isso estou
preparando uma resenha dessas quase 120 postagens para um (eventual) livro.
Como expliquei anteriormente, este blog nasceu por encomenda de certa entidade
exatamente com esse propósito, publicação de um livro baseado nas postagens do blog. A entidade tirou o time de campo ao perceber o foco das análises: as
incompetências e desleixos de entidades públicas em todos os níveis para com a incivilidade
no trânsito, mas não posso culpá-la. Até mesmo entidades independentes, sem
fins lucrativos, podem sofrer sérias retaliações caso apontem o dedo para autoridades de plantão. Desse modo, resta-me a alternativa de tentar publicar um livro
eu mesmo. O que está tomando esforço e tempo.
Não vou abandonar
o blog. Pretendo comentar outros assuntos ligados à infraestrutura de transportes,
mobilidade e, certamente, segurança no trânsito quando pontos específicos se fizerem
notáveis. Mas a frequência das postagens vai diminuir um pouco.
16 de agosto de
2013
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