Hoje, segunda feira dia 08 de agosto fui convidado pelo telejornal SBT manhã a comentar a questão do desrespeito às faixas em função da volta às aulas. Essa mídia está fazendo excelente trabalho a respeito, com constância, parabéns SBT. Mas em poucos segundos não é possível falar muito sobre tema tão complexo, por isso, em oposição ao que postei anteriormente, volto ao assunto.
Já disse que as populações mais vulneráveis à incivilidade no trânsito são crianças, deficientes e idosos e sem dúvida essa afirmação carece de provas. O Relatório WHO (Organização Mundial da Saúde) 2009 mostra que em termos globais os acidentes de tráfego (quase todos atropelamentos) são a segunda causa de mortes em crianças entre 5 e 14 anos. Será o Brasil diferente?
Assim sendo, as faixas são importantes apenas em frente às escolas? É claro que não. Milhões de crianças andam quilômetros para chegar ao destino, de que adianta então poucos pontos seguros? Imagino a angústia diária também de milhões de mães e pais brasileiros que forçosamente vivenciam essa situação. Será que meus filhos foram e voltaram em segurança da escola hoje? Eles não têm alternativa a não ser tentar ensiná-los a se defender contra um trânsito altamente incivilizado, algo nada natural em crianças. Como tenho repetido, faixas são para ser obedecidas, sempre, em qualquer circunstância e o restante das regras de trânsito também.
Todavia, persistem fatos realmente estranhos sobre critérios técnicos de trânsito até mesmo numa cidade como São Paulo. Vejam:
Eis uma escola na zona sul de São Paulo, no Alto da Boa Vista. Faixa no meio da quadra. Com certeza há acordo com a CET para a sinalização especial nos horários de entrada e saída. As crianças cruzam e entram nos carros dos pais. Tudo bem.
Agora, de volta à rua da escola no Campo Belo. Após passar sobre a inscrição ESCOLA no pavimento, ao se aproximar do cruzamento o motorista talvez veja o sinal de regulamentação “Dê a preferência” fixado num poste da concessionária de energia elétrica, semi-oculto por um árvore, indicando outra "minirrotatória" ali, esta sinalizada com tachões. Não cabe dizer "surpresa" pois esta é a regra e não a exceção: na maioira das minirrotatórias não há faixas de segurança nas quatro travessias do cruzamento! Mesmo na esquina de uma escola. Estranho.
Cabe perguntar: a prioridade no transito, seja qual for a "autoridade com jurisdição sobre a via" é o pedestre e sua segurança?
Não há saídas honrosas para nossos sérios problemas de trânsito a não ser civilizar o sistema por inteiro.
Escrito por Paulo R. Lozano às 22:00 horas do dia 08/08/2011
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