Ainda não estamos seguindo o mapa da mina, ou seja, o caminho para alcançar civilidade no trânsito. Rapidamente. Mas já encontramos algumas pistas. Uma delas estava na postagem do dia 04/06/2011. O título era “Os pilares da civilidade”:
1. Institucional
2. Estrutural
3. Enforcement
Modificados ligeiramente em relação à referida postagem, repeti os três principais pilares que suportam a civilidade com vistas ao trânsito. Vale relembrar também alguns comentários da postagem: No Pilar 1 o principal instrumento, evidentemente, é o Código de Trânsito Brasileiro, CTB, promulgado em 23 de setembro de 1997. Vem sendo modificado ligeiramente por leis complementares e ainda é razoavelmente atual. No Pilar 2 somos medianos, temos deficiências e pequena evolução em vários elementos funcionais ou operacionais oficiais, quando comparados com sistemas, práticas e recursos vigentes em países de trânsito mais civilizado. Finalmente, o Pilar 3 é o ponto (mais) fraco do sistema trânsito no Brasil (e não só no trânsito). Definitivamente, “enforcement” não é a praia dos políticos brasileiros, principalmente quando redunda em mais despesas do que arrecadação.
É isso, o banquinho de três pernas está capenga. Os resultados são altamente insatisfatórios. Assim sendo, o conjunto dos três pilares não pode ser sólido e estar equilibrado! O principal problema é o “enforcement”, ineficaz ao estremo, mas há deficiências graves em nosso sistema trânsito também nos pilares 1 e 2. Iremos apontar algumas dessas deficiências aos poucos.
Nessas alturas vale lembrar como na iniciativa privada empresas pilotam suas operações a fim de se manter vivas e competitivas. É (muito resumidamente) um processo também em três fases, como os pilares sociais:
1. Abordagem: um conceito mais amplo para planejamento; é o conjunto de idéias, princípios, intuições, planos, visões, orientações estratégicas para o futuro, ou quaisquer outros elementos teóricos que possam alicerçar a existência, crescimento e longevidade da empresa.
2. Aplicação: OK, as abordagens são excelentes; ninguém tem idéias melhores! Mas será que estamos realmente pondo-as em prática? Da melhor forma possível? A aplicação ou desdobramento de abordagens se faz mediante “sistemas” e “processos” administrativos. Não é fácil criá-los, mantendo a empresa competitiva.
3. Resultados: Oopss, isso é o que importa. Resultados. Mas há que ser cuidadoso. Empresas que se focam em resultados enganosos ou de curto prazo geralmente se estrepam. Há que ser cuidadoso também com a coleta e avaliação dos resultados. Agora, quando os resultados não surgem (supondo-os corretos) algo está errado com o ponto 1, ou com o ponto 2, ou com ambos, então vamos revê-los e aperfeiçoá-los. É possível contestar a lógica desse raciocínio? Sim, mas somente se alguém levar a sério o ponto adicional seguinte, que na verdade não existe, ou melhor, não deveria existir.
4. Culpados: “A alta direção, ultra competente, nunca erra em suas abordagens propostas (ponto 1). Assim, quando os resultados não são os esperados, vamos encontrar os culpados por falhas na Aplicação (ponto 2) e demiti-los”. Lembram-se das postagens “O culpado é o motorista”? Qualquer semelhança não é mera coincidência.
Resumindo: Abordagem >>> Aplicação >>> Resultados >>> Abordagem >>> Aplicação >>> Resultados >>>... Este deve ser um ciclo sem fim. É deste mesmo modo que os pilares da civilidade podem e devem ser considerados pelo Estado. Mas não são. Como já vimos em várias postagens, o Estado e, em conseqüência a população continua agindo do mesmo modo todos os dias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário