Organization for Economic Cooperation
and Development – OECD
O “Brazil” é o B dos BRICs e um membro
importante do G20, mas não é membro da OECD, por culpa de visões políticas
internas retrogradas que veem essa organização como um clube de países ricos.
Se esse preconceito fosse verdadeiro essa deveria ser uma das razões principais
para que pedíssemos imediatamente nossa filiação. Do lado de lá a OECD está há anos esperando
por isso. Da América Latina, apenas
Argentina (agora eles tem Papa!), Chile e México são membros.
Não é meu propósito desfilar aqui o
que significa para um país ser membro da OECD (a Wikipedia em inglês tem um bom
artigo a respeito), mas em minha opinião não é pouco. Quero citar apenas que a OECD tem um “branch”
que trabalha ativamente no sentido de ajudar e a “empurrar” seus membros para
que melhorem os transportes e a segurança destes. Dentro desse “branch” funciona o IRTAD, “International
Traffic Safety Data and Analysis Group.
Esse grupo trabalha em duas frentes:
·
Mantém um banco de dados sobre
acidentes e dados de tráfego dos países membros;
·
Age como um grupo de trabalho
permanente do “Comitê de Pesquisa sobre Transporte da OECD” e do “Fórum
Internacional de Transportes”. Analisa
dados, gera relatórios, produz recomendações;
·
Países não pertencentes à OECD podem
se filiar à IRTAD, mas não apenas países, organizações e até pessoas (especiais)
podem se filiar.
O link acima acessa o relatório anual
da IRTAD referente a 2011/2012, sendo os dados de 2012 ainda preliminares. Correndo
o risco de mostrar algo não muito legível nesta postagem, a figura abaixo
mostra uma página do relatório, uma coleção de gráficos de acidentalidade de 34
países a partir de 1970. Comento em seguida.
Já mostrei coisa parecida em postagens
anteriores, o triste, ou dramático é que estaríamos bem à direita do gráfico.
Por dados do DATASUS o índice de mortalidade no Brasil vem se mantendo por
volta de 20 por 100.000 habitantes, mas sabemos que ele é muito sub reportado.
Por dados do Seguro Obrigatório DPVAT o índice está por volta de 30 mortes por 100.000
habitantes e subindo.
Não é por outra razão que o Brasil
costuma varrer a sujeira para baixo do tapete. Já disse, por exemplo, e vou
repetir em breve que o Brasil mentiu para a ONU em suas estatísticas e planos de
redução de acidentalidade no trânsito.
De 1o de janeiro até 20 de maio
de 2013, em 140 dias apenas, no ano em que o Brasil sediará a Copa das Confederações,
morreram em acidentes de trânsito entre 16 e 23 mil pessoas e em torno de 130 mil sofreram ferimentos sérios. A incerteza está na ausência de estatísticas decentes,
o que o Estado em todos os seus níveis tem a obrigação LEGAL DE PROVER, mas a ignora
solenemente, com o beneplácito dos TCUs e Promotorias da vida.
Salvem Gorge, Admilson, Renato, Wellington,
Alice e todos os milhares que ainda vão morrer ou se estropiar em acidentes evitáveis
neste ano e nos próximos. Porque, como tenho repetido ad nauseam, nada está sendo
feito para melhorar MESMO essa ignominiosa situação pelas autoridades eleitas do
país.
Escrito por Paulo R. Lozano em 20 de maio
de 2013
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